sábado, 6 de dezembro de 2014

ROMA- Coliseu, Palatino e Forum Romano.

Último dia em Roma e bateu o desespero! Como fazer o tempo dar cria e ver o que eu ainda não tinha visto? Nem por milagre veria tudo, sendo assim elegi o que realmente me levou á cidade: Coliseu, áreas adjacentes e Vaticano.
Chegamos no coliseu as 7:30, na esperança de não pegar fila...Decepção geral, o povo já se apinhava na entrada, que só aconteceria as 8;30. Foco na visita, encaramos a fila quilométrica não sem antes me amaldiçoar por não ter comprado o Roma Pass!


Esse imenso anfiteatro teve seu início em 72 d.C. sob Vespasiano e foi acabado por seu filho, Tito, em 80 d.C. Os prisioneiros Hebreus foram utilizados como escravos na sua construção e a função do monumento era servir como estádio, mas os romanos preferiam mesmo os jogos de circo (ludi circensis), com seus gladiadors, feras e muito sangue correndo pela arena....um verdadeiro horror!
O Historiador dione Cassio diz que 5.000 feras foram mortas durante os 100 dias de sua inauguração... extinguiram alguma espécie, certemente!

O Coliseu tem forma eliptica e destinava-se a um público de 72.000 espectadores, confortavelmente instalados com a bunda ficando quadrada na pedra dura em seus andares ornamentados por pilares coríntos, colunas jõnicas e dóricas.

Logo na entrada nos deparamos com o Arco de Constantino, que é o mais importante ardo do triunfo remanescente em Roma. foi construido em 315 d.C. para celebrar a batalha da Ponte Mílvia, que fica sobre o Rio Tibre.
Todo em mármore é adornado com momentos da batalha e outras celebrações ao ego do imperador. 
segundo consta Constantino se converteu ao cristianismo após a construção do arco e reinou até 337, combinando o Cristianismo com a tradição pagã.
Ao lado, detalhe do meu marido tentando levantar a tampa do prato de sorvete gigante juro que dessa vez quase senti remorso por enganar ele com a historia do sorvete!





Do segundo andar do Coliseu, se pode apreciar melhor a vista do Arco que se exibe aos olhos e máquinas de turistas de todos os cantos do mundo...
Não descobri o motivo, mas no arco existem oito estátuas de prisioneiros da tal batalha de Dácia. Fiquei curiosa em saber se foi uma homenagem ou um ultimo ultraje...
De todo modo, a decoração geral é realmente um exemplo da fina arte romana, harmonizando arquitetura e esculturas lindas. Vale a pena apreciá-lo por todos os ângulos!





Depois de amargar mais de uma hora de fila, finalmente adentramos ao tão famoso monumento. Confesso que neste momento me emocionei, tanto pela grandiosidade da obra quanto por lembrar do sacrifício dos primeiros cristão, que com seu sangue regaram nossa fé em Cristo!
Logo na entrada existe um museu com fotos, maquetes e detalhes sobre o Coliseu desde sua criação. Vale a pena perder algum tempo aqui e alugar o áudio guia, para conhecer melhor sua hostória.
O Papa Benedetto, que comandou a igreja de 1740 a 1748 consagrou o que restou do anfiteatro à devoção da Via Crucis, alçando essa cruz sobre o terreno, para homenagear os milhares de mártires cristãos.
A obra levou 5 anos para ficar pronta e 15.000 homens trabalharam sem parar sob chibatadas, claro, senão teriam feito o maior corpo mole para dar conta do recado!
Com 527 metros de circunferência e altura de 49 metros, ocupa uma área total de 3.357 metros quadrados, compostos por 3 andares, 80 arcadas e um zilhão de degraus!!!
A distribuição dos lugares na tribuna previa o uso de bilhetes pessoais, com lugar reservado, numerado e pré-determinação do setor...mais ou menos como um estádio de futebol hoje. A entrada era livre, mas a distribuição do setor obedecia rígidas divisões sociais e era estabelecida dos degraus de baixo para cima, ficando a baixa plateia reservada aos membros da ordem dos cavaleiros, a média plateia para a média burguesia, a alta plateia para o povão e mulheres preconceito gênero, hoje daria processo!
Claro que o imperador tinha um arco de honra reservado só para ele e seus ilustres convidados. 
O povão, como sempre, ficava nos poleiros!!!
O Coliseu geralmente encontrava-se descoberto, mas em caso de chuva duas esquadras de marinheiros, destacadas da frota Ravena e Cabo Miseno, manobravam um toldo vai ter toldo grande assim lá na caso do carvalho e cobriam tudo. 
Essas duas esquadras, segundo o áudio guia, também participavam dos combates navais que muitas vezes eram apresentados no anfiteatro. Eles alagavam toda a arena e ali representavam as tais batalhas. Por motivos de economia, a mesma água era usada para lavar o sangue depoistem toda lógica do mundo.

No subsolo da construção, separados por setores, ficavam as áreas reservadas aos animais, gladiadores, materiais cênicos e serviço de apoio geral. imagino que os gladiadores e feras não ficavam lá muito felizes esperando o início, pois ao saírem para a luz eram recebidos com o grito da multidão: "Salve César, nós que vamos morrer te saudamos" mas mentalemente mandavam o imperador se f........!!!!
O palco central era feito de madeira e coberto por areia (daí o nome arena) e também era removível.
O coliseu era tão amado pelos romanos que Beda, um monge e escritor do séc. VII disse: " Enquanto o Coliseu se mantiver de pé, Roma permanecerá; quando ele ruir, Roma cairá e quando Roma cair, o mundo cairá"!
O coliseu deve seu nome à colossal imagem de Nero, que ficava perto do edifício. Aliás, todo o prédio foi construído num terreno que pertencia ao maluco imperador deposto por Flávio.
Abaixo um pequeno vídeo dá uma visão um pouco mais ampla do monumento.







Claro que para finalizar a visita ao coliseu, não poderia faltar a famigerada foto com o gladiador, com a espada no meu pescoço realizando o sonho de meus inimigos e a mão nos meus preciosos euros...não se iludam, se vocês cairem na lábia deles como eu cai feito uma pata se preparem para morrer com alguns euros!




Finda a camelagem pelo colossal monumento, já na metade da manhã, rumamos para o palatino. Aliás, o mesmo ingresso dá direito ao Coliseu, Palatino e Fórum Romano, sendo que é melhor começar a visita pelo Palatino, pois deste, descemos descer todo santo ajuda a colina para o coliseu, além de ter uma fila bem menor para comprar o ingresso. Pena que só descobri isso  depois de amargar fila e camelar de novo colina acima!

Deixando de lado a lenda da loba que amamentou Rômulo e Remo, vamos aos fatos; o Palatino fica no alto da colina do Foro Romano e foi o centro de Roma em duas épocas distintas, a dos Reis e a dos Imperadores.
Nesta última, foi habitado por famílias nobres, os patrícios e segundo a lenda que eu queria deixar de fora teve seu primeiro sulco traçado por Rômulo.

Lendas à parte sabe-se que a cidade foi fundada em 753 a.C., mas escavações modernas apontam para uma cidade habitada há mais de 100 anos antes desta data. A localização era estratégica: ao lado do Forum Romano, onde os nobres passavam seus dias flanando e politicando á toa me lembrou Brasília.
Logo na entrada encontramos essa fonte potável, o que me deu chance de abastecer minha garrafinha...aliás, em Roma, só compra água mineral industrializada quem estiver a fim de jogar dinheiro fora, pois a cidade inteira dispõe de fontes para saciar a sede do povo!
Esse aqueduto, iniciado por Nero isso mesmo, o maluco incendiário recolhia as águas dos rios da região e fazia parte do complexo sistema de águas de Roma e foi sucessivamente prolongado por Domiciano a serviço dos palácios imperiais no Palatino, cruzando os vales entre este e Célio, por altíssimas arcadas.
Mais perto podemos ter uma idéia do tamanho dos aquedutos romanos, considerados até hoje um milagre arquitetônico.
Aqui pode-se ver o que restou do Estádio Domiciano, local reservado para atividades esportivas que também foi construído por Domiciano e posteriormente restaurado por Settimo Severo. Integra o complexo da Domus Severiana.
O estádio era um campo retangular, rodeado por colunatas de 2 pisos e na sua lateral, onde ficava a Domus Severiana, existia uma tribuna circular, onde ficava o imperador nos dias de competição.
Nestes dias as estátuas dos deuses eram retiradas de seus pedestais  nos templos e levadas até a tribuna de honra, para fazerem companhia ao imperador megalômano durante os jogos!
Não eram só jogos que aconteciam, mas também corridas de biga. Na loja de lembranças tem um livro muito legal, que mostra as ruínas e sobreposto a elas a construção original...vale pena gastar os 25 euros com ele!
 






Sem sombra de dúvida o que mais impressiona é o Domus Severiana, que aliás significa residência senhorial, com salões terminados em arcadas e que davam para o Circo Máximo e para as Termas Palatino, que acabaram recebendo o seu nome e passaram a ser conhecidas como Termas Severianas. Dizem que a casa era tão grande porque seus filhos não se entendiam e ele tinha que manter os infantes o mais longe possível um do outro!
Visitar esse local é viajar no tempo, na história, na arquitetura e até mesmo pelas intrigas palacianas e familiares!!!!
 Domus Tiberiana foi o maior palácio do Palatino e construído por ordem  do Imperador Tibério claro, dai o nome né Pedro Bó? que era enteado e sucessor de Augusto.
composta de vários aposentos ao redor de um jardim central, chamado Peristillo foi moradia de vários imperadores de Roma, que foram fazendo melhorias e ampliações em direção ao forum.
 Com a queda do Império Romano o Palatino acabou virando morada de membros ligados é Igreja de Roma, o que possibilitou sua sobrevivência até o séc. 10, mais ou menos. Depois disso acabou seguindo a sorte de todo o império romano: depredação e ruína.
O local é maravilhoso, mas prepare as pernas porque é imenso e necessário pelo menos um dia para conhecer tudo.





Como não dispúnhamos de todo esse tempo, nos arrancamos para o Forum Romano, que fica no mesmo sítio arqueológico.




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