quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

PARIS EM 3 DIAS- Dia 3, Igreja Madeleine, Arco do Triunfo, Sena e Invalides.

Acordei deprimida....ultimo dia em Pari, aquela sensação de não ter visto nada e naõ vi mesmo! e consciência que não podia alterar o roteiro, pois ainda faltava visitar a Italia.
Bem, se não tem remédio, remediado está!
Café tomado, deixamos as malas na recepção, aliás sempre verifique tal possibilidade se seu voo for sair no fim do dia, assim você aproveita melhor o passeio sem carregar peso morto salvo se estiver viajando com a sogra, dai não tem jeito!

Meu marido acordou animadíssimo e foi logo querendo alugar uma bicicleta mão de vaca, não queria gastar em taxi, isso sim e eu concordei...com a foto!








Dilema resolvido e bilhetes de metro na mão, (dica; guarde o tiket até sair do metro, para o caso de fiscalização) fomos para o centro de Paris, finalmente passear à beira do Sena como sempre sonhei: sem pressa, apreciando tudo e observando essa espécime rara, o parisiense típico!
Em plena manhã de sol, amantes da leitura se aninham nas escadas, nos bancos, nas praças e se bobear até nas árvores, para viajar nos romances famosos...
 O amor dos habitantes de Paris pelos livros é tão grande que várias barracas de vendas se espalham ao longo do Sena...encontrei de tudo: cartões, gravuras, livros, bottons e, pasmem, romances em português.
De noite as barracas são fechadas com cadeados, como simples carrocinhas de cachorro quente, como se dentro delas não houvesse um tesouro de literatura...Morri de vontade de comprar uma dessas e virar jornaleira!








Andar assim pelas ruas de Paris, sem prumo, nos permite descobrir agradáveis surpresas. Uma delas foi a Igreja de Madeleine, bem pertinho da Praça de La Concorde.
Em forma de templo grego, teve o início de sua construção no ano de 1764, e pra variar, na Revolução Francesa ficou abandonada e incompleta. Acabou virando um templo de homenagem ao exército francês, mas também perdeu esse posto com a construção do Arco do Triunfo.
Em 1842 acabou sendo definitivamente consagrada como Igreja Católica, dedicada a Maria Madalena.
No frontão acima da entrada há uma inscrição em Latim que diz: D.O.M  S.V.B. INVOCAT  S. MAGDALEANA, que em bom português diz : Ó Deus todo poderoso e rei, sob a invoccação de Santa Maria Madalena.
Acima, uma escultura simboliza uma cena do juizo final, com Cristo ladeado por dois anjos.
O projeto arquitetônico é único, com nada menos que 52 colunas coríntias que envolvem o templo, como um imenso abraço branco!
Cada uma tem 20 metros de altura e as da frente do templo são cobertas por frisos de esculturas.
Os baixos relevos da porta de bronze que deve pesar umas 200 toneladas certamente são de autoria de Henri de Triqueti e retratam os dez mandamentos dos quais eu já passei por cima como um trator de pelo menos 3 ou 4.

No altar principal, que tem uma linda escultura que representa Maria Madalena subindo ao céu, toda em mármore, que adquire uma cor rosada e delicada sob a luz das velas.



Aliás a igreja toda é adornada com varias imagens que representam figuras bíblicas.
Eis a escultura de Madalena subindo aos Céus, que foi esculpida por Charles Marochetti,
Além das figuras biblicas, a igreja ostenta o maior órgão de tubos da cidade, construído por Cavaille-Coll em 1846 e que é usado para concertos e missas até os dias de hoje.


O mais interessante é que a igreja não tem janelas!!! A pouca claridade que entra é por claraboias estrategicamente localizadas no alto da igreja.
Externamente também é adornada por imagens de santos e papas.
As colunas são um espetáculo á parte mesmo...











Deixamos o estilo greco-romano para trás e tomamos caminho da roça, ou melhor, do Arco do Triunfo. Tudo bem, a Eiffel é o referencial de Paris, mas o Arco é o maior símbolo do espírito nacionalista dos franceses.
Foi originalmente construído para enaltecer a grande vitória do imperador Napoleão na Batalha de Austerlitz, em 1805. Empolgado com sua vitória triunfal, Napoleão prometeu aos comandados: “Daqui em diante, vocês voltarão caminhando sob arco triunfal”.


Só que o baixinho perdeu e a guerra e sua sonhada obra triunfal só foi oficialmente inaugurada em 1836, depois da sua morte, que ocorreu em 1821. Projetado por Jean Chalgrin, é símbolo do patriotismo e motivo de orgulho dos franceses.
Praticamente toda parada, desfile, comemoração ou protesto começa ou termina nesse monumento grandioso. Neste dia tivemos a oportunidade de apreciar uma cerimônia de comemoração militar...não me perguntem qual!



 
São varias esculturas, relevos e nomes dos combatentes espalhados por todo lado. A mais conhecida escultura que adorna o Arco é a "Partida dos Voluntários", de 1792, mais conhecida como A Marselhesa, que representa a Pátria-mãe, com suas asas abertas, estendidas no espaço e conclamando os voluntários á luta pela França. Foi esculpida por François Rude em 1792 e realmente emociona. 


Pode-se visitar o interior e o topo prepare as pernas pra tanta escada, um pequeno museu e uma vista da simplesmente deslumbrante das 12 avenidas que rodeiam o monumento, formando uma estrela, Etoile, o que fornece uma visão mais intimista da cidade. Segure o fôlego e o chapéu em dias de vento.
Do Arco do Triunfo, seguimos pela Champs-Elysées, o boulevar mais caro, chique e deslumbrante de Paris.
Me senti uma personagem de conto de fadas a gata borralheira, sem grana para comprar tudo que queria diante de tanta beleza.

Quando fila na Louis Vuitton, larguei meu marido sem o menor remorso, deslumbrei, juro e corri aproveitar a liquidação...vinte minutos depois, me toquei que era o ultimo dia na cidade e eu não tinha tempo a perder. Fui até a vitrine para ver a "oferta": uma bolsa de 15.000 euros pela "bagatela" de 5.000! Sai bufando rua afora!

Meu único e pobre consolo é que meu marido TAMBÉM passou raiva na Avenida!!!! Olha a carinha de alegria da criança só por tirar uma foto do lado de um Lamborguinni alguém pode me explicar essa fixação que homem tem por carros????







Depois de camelar muito e comer macarrons palavra que perdi a cabeça pelo brioche ...que me perdoe Maria Antonieta no Ladurré, a famosa patisserie, resolvemos atravessar para o outro lado do Sena e visitar Les Invalides. Claro que não poderia deixar de colocar "nosso" cadeado na Ponte das Almas...vai que funciona???

Detalhe dos famosos "batôs", que trafegam cheios de turistas extasiados pelo Sena...e pergunto: alguém pode vir a Paris e não se sentir extasiado 24 horas por dia????
Ao fundo detalhe da Ponte Alexandre III, a mais linda de todas as pontes que interligam as duas margens da cidade.
Detalhe da Ponte Nuef (nova), que na realidade é a mais antiga de Paris. Antes da sua construção só existiam pontes de madeira vivia caindo gente no Sena . É adornada por arcos e 384 máscaras esculpidas nas laterais. Dizem as más línguas que cada uma representa uma cortesã do Rei Henrique III.
Cadeado lacrado na ponte, seguimos para o único museu que meu marido aceitou visitar, pois prometi sorvete depois não sei como ele sempre cai nessa , o Hotel des Invalides.








 
Foi criado como hospital e asilo para abrigar os veteranos dos exércitos de Luis XIV e até hoje continua acolhendo as inválidos, mas também é um dos melhores museus do mundo sobre história militar.


O Museu abriga desde equipamentos medievais até canhões usados nas guerras atuais, passando claro pelo período de Napoleão.

A arquitetura encanta, com suas   colunas geminadas e altas janelas com lintéis curvos, imitando uma armadura antiga.
 A Église des Invalides  tem uma cúpula de 196 metros, revestida de placas de ouro ouro mesmo, não banho de engana trouxa que pode ser vista da cidade inteira e abriga a sepultura de vultos famosos da história francesa, principalmente o túmulo de Napoleão.




O baixinho está enterrado num sarcófago constituído por sete tumbas, uma dentro da outra nem morto perdeu a megalomania. Em volta do sepulcro, sete esculturas de anjos que representam suas vitórias e de lambuja  guardam o corpo do imperador francês.
Voltando para a Avenida Champs Elysées fui acometida por um súbito momento de loucura ainda que meu marido afirme que isso é constante e quis ficar na praça, junto com os nativos, me deleitando na relva, com direito a toalha de pic-nic e champagnhe!
É improvável assistir o por do sol sobre o Rio Sena  sem fortes emoções explodindo no peito. Poucos são os que conseguem permanecer indiferentes aos encantos e à magia da Cidade Luz.
As luzes de Paris, sejam elas naturais como as do poente ou artificiais, causam um misto de alegria e melancolia, por não podermos nos deixar mais tempo contemplando a vida, como esse povo hospitaleiro e simpático faz!
Em nosso jantar de despedida meu amado maridinho refez a promessa de voltarmos e, pasmem, CUMPRIU So porque pretende viver até os 90 anos!
Mas isso, como sempre, é uma outra história...

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