quinta-feira, 23 de outubro de 2014

CAPADÓCIA- Lago de Sal e o Museu Goreme Open Air

 De AnKara à Capadócia

A vantagem de viajar com um bando de velhos (incluindo nós) é que quanto mais cedo eles acordam, mais cedo ele eles dormem, se for num ônibus em movimento então, parece um sonífero!
Bem que nosso guia tentou manter a turma animada, mas pelo volume dos roncos, ele deve ter pensado em mudar de profissão...ou não!
Situada na Anatólia Central, A Capadócia é um lugar único no mundo, com uma paisagem lunar exótica e deslumbrante. A começar pelo significado: “ a terra dos belos cavalos”!
Ao longo do caminho pude ver e babar de inveja haras fantásticos, com os mais belos cavalos da região MESMO! Os turcos tem uma tamanha paixão por cavalos (que eu partilho) que não poupam dinheiro para manter um dos melhores planteis que eu já vi...

Considerada Patrimônio Mundial, a Capadócia já foi capital do Império Hitita e é o cartão postal da Turquia.
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No caminho, passamos pelo Lago Tuz. Esse é o segundo maior lago da Turquia. No verão, seca, deixando uma camada de mais ou menos 30 cm de sal.
No inverno, quando a água volta para o lago, dissolve parte do sal acumulado, o que resulta no maior índice de sal num lago em todo o globo!

  
 A maior parte do sal consumido na Turquia vem daqui!


O mais legal é que tem uma ou duas empresas européias que exploram o sal, produzindo produtos de beleza, tais como esfoliares e cremes...



Sabendo das propriedades cosméticas do sal e pra não gastar uma fortuna com os cremes prontos tratei de pegar uma garrafinha e encher de sal. Faria eu mesma o tal esfoliante! Deu um trabalho dos infernos, mas garanto que o sal realmente é diferente....cor de rosa e com alto grau de oleosidade, dá um esfoliante maravilhoso. Quase consegui acabar com minha inúmeras rugas!



Após o "furto do sal", seguimos para a Goreme, nosso destino principal do dia. 


Logo na entrada, existe um monte de "lujinhas" com todo tipo de artesanato da região, restaurantes que inclusive servem cerveja mais parece xixi de camelo, mas tudo bem, nesse calor tá valendo e o famoso Haki só de lembrar me dá ressaca!


Logo de cara a "lujinha" para alugar quadriciclo e  explorar todo o Vale por conta própria. 
Claro que não pegamos, pois tínhamos um guia cara que nos deixou abandonados no aeroporto...já contei isso??? e ônibus com ar condicionado.








A visão do Vale de Goreme é simplesmente deslumbrante.

Segundo me disseram, já no tempo dos trogloditas havia gente morando na Capadócia....inclusive o filme Os Flinststones foi filmado aqui, por conta das cavernas, claro! Cultura inútil, mas vá lá...












Visto o Vale, toca voltar para o ônibus rumo ao Que eu mais amo: museu!!!!!

 
O Museu ao Ar Livre de Goreme.

Este imenso complexo de mosteiros tem uma igreja povinho cheio de pecado desde aquela época em cada caverna, que são escavadas na rocha e repletas de afrescos fantásticos! Faz parte da lista de Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1984.

Gente, são igrejas que remontam aos séculos 10, 11 e 12. Quase tão antigas quanto eu...hhahhahahhaah!!!


Ingresso em mãos, como sempre, lá fomos nós...




...prontos para gastar as pernas, num sobe e desce caverna que vou te contar!

Para mim, a igreja mais impressionante é a Karanlil Kilise, ou Igreja Escura. Tem esse nome porque tem só uma pequena abertura buraco no teto por onde certamente entra um monte de morcego para que a luz entre. Data aproximadamente do século XI e é provavelmente a mais bonita de todas, com afrescos retratando o Novo Testamento. São os mais belos afrescos bizantinos que já vi...pena que não é possível fotografar, para não causar nenhum dano pela exposição dos flashs das maquinas dos ricos, porque no meu caso, para iluminar acendo o isqueiro.
Roubartilhei uma foto domínio público, antes que algum invejoso me acuse de plágio da internet para mostra a beleza do seu interior!


Esta é a entrada da Igreja Escura. E vou logo avisando, os visitantes devem adquirir um bilhete de entrada a parte Ali Babá e os 40 ladrões deviam ser turcos, só pode o que diminui sensivelmente o número de pessoas que têm o privilégio de apreciar tal obra de arte. Uma equipe, de restauradores franceses, italianos, polacos e turcos trabalhou durante uma dúzia de anos para restaurar a sua estatura, portanto não vão deixar nenhum mané turista destruir tudo tirando um monte de selfie.




Único local onde permitem foto: no altar da primeira câmara da igreja. Daqui para a frente, só ver e guardar no coração!


Igreja de Santa Bárbara. Esta igreja situa-se atrás da rocha, junto com a Igreja Elmali (Maça). Tem um plano em cruz com 2 colunas e uma abóbada. Os motivos foram pintados em vermelho e diretamente na rocha. As paredes e a abobada estão decoradas com padrões geométricos, animais mitológicos e também têm motivos semelhantes a trabalho na pedra. Esta igreja data da segunda metade do século 11. Segundo consta  foi feita em homenagem à primeira mártir da Capadócia, que foi encarcerada pelo seu pai, para que não seguisse o Cristianismo. Mesmo assim ela não cedeu. Professou sua fé e acabou morta sob tortura e tem gente que reclama por ter que ir na missa domingo pelo seu pai... 
O belo afresco de Cristo adorna o altar primitivo...emocionante!



Outra igreja linda é da serpente: o nome vem do afresco que retrata
São Jorge enfrentando uma serpente nunca foi dragão...chupa Glória Peres. Mas o que achei muito legal foi a conhecer a lenda de Santo Onofre. Dizem que ele teria sido uma mulher linda, mas de moral duvidosa famosa piriguete do século 3 ou 4 que se arrependeu de sua conduta vida devassa, na esbórnia geral e pediu que Deus a livrasse do desejo dos homens. Pedido feito, pedido concedido: Deus transformou ela numa baranga e de lambuja lhe deu uma barba Meu Deus, minha professora de biologia era Santo Onofre. A lenda explica a mania do povo de pintar o tal santo como metade homem, metade mulher, assim como no afresco dessa igreja, onde ele aparece com seios e mato cobrindo as partes intimas faltava depiladora naquela época.

Afresco de Santo Onofre.


 Bem, finalizada a visita ao museu, fomos visitar uma fabrica de tapetes persa esse guia já tá me dando nos nervos...só leva a turma aonde podem nos enfiar a faca e conhecer a produção, desde a criação dos casulos de seda, tingimento dos fios, tecelagem e tudo mais.




 Logo na entrada a famosa árvore de olho grego, que segundo dizem afasta o mal olhado e a inveja não trouxe um para mim porque ninguém tem inveja de pobre e uma amostra dos belos tapetes que poderíamos comprar.


Também no exterior pode-se observar e, se você tiver vontade, até mesmo aprender a tingir os fios de seda claro que depois você tem que comprar os fios, molhados e fedidos e levar de lembrança.
 Sem sacanagem, mas eu achei péssimo gosto colocar os casulos que logo vão morrer numa bacia de água quente num "berço", como se fossem bebês...mas enfim, cada louco com sua mania!


Aqui um detalhe da senhora responsável por retirar o fio do casulo matando o coitado do filhote de lagarta para depois mandar para as tecelãs.


Após vermos o processo de produção, começa a exposição tentativa de venda dos tapetes e
todos ficam sentados em volta de um salão enorme, com garçons distribuindo adivinha o que? Sim. Haki!!! 




Como eu já conhecia o potencial alcóolico dessa bebida diabólica, mantive a boca e a carteira fechadas...mas teve neguinho que sai de lá torrado e carregado de tapete!!! Hahahahha!

Sem tapetes, mas também sem dívida, fomos explorar o local e descobrimos a humilde residência dos tapeceiros...
Finda a visita extorsão à base de Haki fomos direto para o hotel descansar, pois no dia seguinte visitaríamos a Cidade Subterrânea dos Cristão.
Mas, como sempre, essa é uma outra história...
























  

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